O processo de produção de espermatozoides é um dos pontos críticos da fertilidade masculina. Esse processo, conhecido como espermatogênese, pode sofrer erros que afetam a morfologia, o número e/ou a motilidade do espermatozoide e assim dificultar ou impedir a fertilização do óvulo. Uma das formas de se avaliar a espermatogênese é a análise seminal. Em 2010, a Organização Mundial da Saúde publicou diretrizes específicas para avaliar a qualidade do sêmen, estas diretrizes foram recentemente atualizadas no ano de 2021. Consideremos alguns destes parâmetros:
Contagem de espermatozoides
Uma baixa contagem de espermatozoides reduz as chances dos espermatozoides alcançarem o óvulo. Uma amostra de sêmen é considerada normal quando contém pelo menos 15 milhões de espermatozoides por mililitro (mL) de ejaculado. Dependendo da gravidade da alteração na concentração espermática, podem ocorrer diferentes situações:
- oligozoospermia: quando o sêmen contém entre menos de 100.000 e 15 milhões de espermatozoides/mL de ejaculado;
- criptozoospermia: quando há menos de 100.000 espermatozoides/mL de ejaculado;
- azoospermia: quando nenhum espermatozoide é encontrado no ejaculado.
Morfologia do espermatozoide
Refere-se à análise da forma dos espermatozoides. Pelo menos 4% dos espermatozoides no sêmen devem ter forma e tamanho normais. Nesta análise, a estrutura do gameta é avaliada em relação a erros morfológicos na cabeça, peça intermediária e cauda, por meio de um método criterioso chamado de morfologia de Kruger.
Motilidade dos espermatozoides
A baixa motilidade pode afetar a capacidade dos espermatozoides de alcançar o óvulo. Em um ejaculado normal, no mínimo 32% dos espermatozoides devem ser capazes de se mover eficientemente com motilidade classificada como progressiva e, no mínimo, 40% do total dos espermatozoides devem ser móveis.
Em quais casos o seu espermograma pode apresentar alterações?
Embora muitos fatores como doenças, lesões, problemas crônicos de saúde ou escolhas de estilo de vida desempenhem um papel importante na infertilidade masculina, algumas das razões mais comuns que afetam a contagem ou a produção de espermatozoides saudáveis são:
Bloqueios nos dutos que transportam o esperma
Os túbulos do sistema reprodutor masculino que transportam o esperma podem ser bloqueados devido a infecções, lesões, ou ao desenvolvimento anormal destes túbulos durante a gestação.
Ejaculação retrógrada
Acontece quando o sêmen entra na bexiga em vez de sair pelo pênis durante a ejaculação. Diabetes, lesões na coluna vertebral, medicamentos ou cirurgia da bexiga, próstata ou uretra podem causar esse problema.
Criptorquidia
Quando os testículos não descem do abdômen para o escroto durante o desenvolvimento fetal.
Varicocele
Refere-se ao “inchaço” das veias que drenam o testículo resultando na redução da qualidade do sêmen e pode ser causada pela regulação anormal da temperatura testicular. A varicocele é a causa reversível mais comum de infertilidade masculina.
Problemas hormonais
A testosterona é o hormônio que controla a produção de espermatozoides nos testículos. Baixos níveis deste hormônio são uma das causas de alterações na qualidade seminal e são, frequentemente, o resultado de outros desequilíbrios hormonais, causados por distúrbios do hipotálamo, glândula pituitária, glândula tireoide e glândulas supra-renais. Estas glândulas, por sua vez, são produtoras de hormônios que participam do mecanismo de regulação da produção de testosterona.
Infecções
Principalmente aquelas que causam inflamação do epidídimo ou testículos, juntamente com algumas infecções sexualmente transmissíveis, podem interferir na produção ou na qualidade do esperma.
Síndrome de Klinefelter
Trata-se de um defeito cromossômico hereditário que ocorre quando um homem nasce com dois cromossomos X e um cromossomo Y (em vez de um X e um Y), o que causa um desenvolvimento anormal dos órgãos reprodutores masculinos.
Medicamentos e terapias
Alguns dos medicamentos que podem afetar a qualidade do sêmen incluem quimioterápicos, esteroides anabolizantes, terapia de reposição de testosterona, anti-androgênicos, opioides, bem como alguns antibióticos, antifúngicos, corticosteroides, imunossupressores, anticorpos monoclonais, anti-inflamatórios não esteroides e esteroides, anti-retrovirais e antidepressivos. Tratamentos radioterápicos para o câncer, direcionados aos órgãos reprodutivos, próximos do abdômen, pelve ou coluna também podem afetar a qualidade e a produção de espermatozoides.
Apesar de todo esse conhecimento, cerca de 27% dos homens inférteis não tem uma resposta clara quanto às causas de sua infertilidade e se encaixam na categoria “infertilidade masculina inexplicada”. Esses homens apresentam parâmetros seminais normais, necessitando realizar exames mais específicos que avaliam a funcionalidade dos espermatozoides.
A MF Fertilidade Masculina é especializada em infertilidade masculina e oferece serviço laboratorial para a realização de exames, garantindo qualidade e procedência de resultados.
Localizada em um ponto estratégico de Belo Horizonte, a clínica oferece conforto e privacidade para os pacientes que precisam de tratamento em infertilidade e saúde sexual masculina.
Referências
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