A radioterapia é uma importante forma de tratamento oncológico e uma das mais comuns em casos de câncer de próstata. Por sua ação no organismo, a radioterapia pode afetar a fertilidade masculina, danificando tecidos reprodutivos e interferindo na produção do esperma.
Para que os efeitos sejam minimizados, existem diferentes abordagens que podem ser adotadas. Neste texto, você vai entender mais sobre esse assunto, conhecendo como esse tratamento afeta a fertilidade masculina, e como a preservação da capacidade reprodutiva pode ocorrer.
O que é radioterapia?
A radioterapia é um tratamento em que se utilizam radiações ionizantes para destruir as células do tumor, impedindo também que elas se multipliquem. A técnica pode ser utilizada sozinha ou em combinação com cirurgia e quimioterapia, dependendo do tipo e estágio do câncer.
Como o tratamento pode afetar a fertilidade e saúde sexual masculina?
A radiação emitida na radioterapia pode ser administrada diretamente na região genital ou de forma espalhada, termo usado para descrever a radiação que ocorre em áreas fora do campo de tratamento, mas próximas a ele.
Alguns exemplos da radiação espalhada estão no bombardeamento de gânglios linfáticos na parte inferior do abdômen ou na parte superior da coxa que podem atingir os testículos. Ainda que proteções sejam utilizadas para proteger a região testicular, pode ocorrer exposição à radiação.
Além disso, diante do câncer de próstata ou de testículo, a radiação é empregada diretamente na região, afetando a fertilidade masculina. Isso porque, as doses de radiação danificam os tecidos e destroem as células precursoras dos espermatozoides.
Existem programas de reabilitação da fertilidade após tratamentos de câncer de próstata?
Após o tratamento de câncer, muitos homens enfrentam problemas de fertilidade, como a diminuição da produção de esperma. Para auxiliar na resolução desse problema, são realizadas terapias medicamentosas para estimular a produção de esperma. Outra alternativa é contar a extração de esperma diretamente dos testículos, por meio da aspiração percutânea de espermatozoides do testículo (TESA).
Assim, insere-se uma agulha calibrosa no testículo e com movimentos de vai e vem com aspiração contínua, é retirado tecido testicular que depois é processado no laboratório para recuperação de espermatozoides. Quando essa técnica não apresenta sucesso, a aspiração percutânea testicular com agulha fina (TFNA) pode ser feita.
Nesse procedimento, utiliza-se uma agulha fina para a retirada de fragmentos muito pequenos dos testículos. Com este processo pode-se explorar mais regiões do testículo com o intuito de aumentar a chance de recuperar espermatozoides.
Como preservar a fertilidade masculina quando tratamentos oncológicos são necessários?
A preservação da fertilidade masculina diante da necessidade de radioterapia é possível por meio de procedimentos que garantam a captação e armazenamento adequado dos espermatozoides antes do indivíduo submeter-se ao tratamento oncológico.
Essa é a principal forma de assegurar ao homem a possibilidade de reprodução após o tratamento de câncer. Contudo, diante do diagnóstico de câncer, é comum que o paciente tenha pressa para iniciar o tratamento, deixando em segundo plano decisões que terão grande impacto na reprodução.
Devemos considerar que a demora pode prejudicar os resultados para o controle da doença. Ainda assim, o arrependimento pós-tratamento pode afetar a qualidade de vida do indivíduo. Por isso, é fundamental que o homem tenha conhecimento das possibilidades de preservação da fertilidade.
Por meio da criopreservação, técnica de congelamento de gametas que visa a preservação de material biológico, a fertilidade masculina pode ser mantida, possibilitando ao paciente conservar sua capacidade reprodutiva.
A técnica mais usada atualmente é a vitrificação. Nesse processo ocorre o resfriamento ultrarrápido do esperma por meio de soluções crioprotetoras, impedindo que cristais de gelo se formem no interior das células. A temperatura para a preservação em nitrogênio líquido é de 196 °C negativos.
Ainda que a radioterapia possa afetar diretamente a fertilidade masculina, a capacidade reprodutiva pode ser preservada. Com alternativas que podem ser feitas antes ou mesmo após o tratamento oncológico, é possível que o paciente torne o sonho de ser pai em realidade.
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