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Conselho de Medicina proíbe prescrição de anabolizantes para fins estéticos, ganho de massa muscular e desempenho esportivo

Devido aos riscos que apresentam à saúde, o Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu que os esteroides androgênicos e anabolizantes que tenham finalidade estética, ganho de massa muscular e melhora do desempenho esportivo sejam prescritos no Brasil.

A decisão foi tomada após 6 sociedades médicas apresentarem uma carta conjunta pedindo para que o CFM votasse uma regulamentação sobre o uso de esteroides anabolizantes e similares para fins estéticos e de performance. A seguir, entenda melhor o que motivou essa decisão e como os anabolizantes podem aumentar o risco de infertilidade.

O que são anabolizantes esteroides?

Os anabolizantes são hormônios esteroides androgênicos sintéticos, ou seja, preparados em laboratório, que originam ou controlam o crescimento de características masculinas. Essas substâncias são derivadas principalmente da testosterona, principal hormônio sexual masculino que está presente também no organismo da mulher, em quantidades menores.

Em homens, a testosterona promove características sexuais secundárias: aumento de massa muscular, maturação óssea, desenvolvimento de pelos e dos órgãos sexuais e reprodutivos. Alguns anabolizantes também podem ser desenvolvidos à base de hormônio do crescimento (GH). Conhecidas como somatropina, essas substâncias são usadas para queima de gordura e aumento da massa magra. 

Quais os riscos dos anabolizantes?

Desenvolvidos a partir da testosterona, os anabolizantes esteroides causam hipertrofia muscular. Contudo, também desenvolvem uma série de efeitos contrários ao esperado, como a redução dos testículos, aumento das mamas, disfunção erétil e diminuição na produção de espermatozoides.

Ao receber a testosterona sintética em elevadas doses, o organismo transforma a substância em estrogênio, hormônio feminino. Além disso, o excesso da substância bloqueia a secreção de hormônios que estimulam os testículos na produção de espermatozoides e testosterona natural. 

No entanto, os riscos dos anabolizantes não se resumem a isso. Os esteroides também provocam problemas no fígado, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, formação de coágulos, calvície, acne e até mesmo alterações no comportamento.

Os anabolizantes à base do hormônio GH apresentam riscos que vão desde o desenvolvimento da diabetes tipo 2 e graves reações alérgicas até o surgimento de tumores cancerígenos. Por esse motivo, o CFM proibiu procedimentos como:

  • uso de formulação de testosterona em pacientes sem diagnóstico de deficiência hormonal, exceto quando previsto em outras normas;
  • uso de formulações de anabolizantes esteroides ou hormônios androgênicos tendo a estética como finalidade;
  •  uso de formulações de anabolizantes esteroides ou hormônios androgênicos para melhorar o desempenho esportivo;
  • prescrição de hormônios bioidênticos, nano ou com nomenclatura de cunho comercial, sem comprovação científica de superioridade clínica;
  • prescrição dos SARMS, Moduladores Seletivos do Receptor Androgênico de comercialização e divulgação suspensa no Brasil, seja qual for a indicação;
  • cursos, eventos e publicidade que estimulem ou façam apologia a terapias androgênicas com finalidade estética, de ganho de massa muscular e melhora em performance esportiva.

Como os anabolizantes podem afetar a fertilidade?

Entre os fatores que contribuem para que a fertilidade masculina seja atingida de forma direta estão os anabolizantes esteroides. Afinal, essa substância desregula a produção de hormônios fundamentais para a fertilidade. Os anabolizantes que têm como base a testosterona são usados principalmente por pessoas que desejam ganhar musculatura, entretanto, os danos à fertilidade são diversos. 

Em boa parte dos casos, o uso de anabolizantes pode reduzir de maneira brusca a produção de espermatozoides. Diante da presença dos esteroides sintéticos, o organismo envia mensagens para bloquear as funções dos testículos. Com a inibição no número de espermatozoides, as chances de uma gravidez também diminuem consideravelmente.

O uso prolongado e em excesso dessas substâncias pode resultar na azoospermia, situação em que a infertilidade é caracterizada pela falta de espermatozoides. Quando o uso é feito por longos períodos e em doses elevadas, os riscos são ainda maiores. Além disso, o efeito pode permanecer mesmo após o encerramento do uso dos anabolizantes. 

Como é possível preservar a fertilidade?

A fertilidade de homens e mulheres pode ser melhorada e preservada com a adesão a hábitos de vida saudável. Entre esses hábitos estão a alimentação equilibrada, evitando alimentos ultraprocessados e industrializados, a prática de exercícios físicos regularmente, diminuição na ingestão de álcool, abandono do uso de drogas e tabagismo, boas noites de sono e controle do estresse. Além disso, é muito importante evitar o uso de substâncias como os anabolizantes esteroides. 

Contudo, a preservação da fertilidade também deve ser feita diante do acompanhamento médico. Assim como são importantes as consultas de rotina, você também deve visitar um especialista ao perceber dificuldades para engravidar. Desse modo, o profissional pode orientar o paciente sobre a possibilidade de diferentes tratamentos de fertilidade, como o clínico, medicamentoso, cirúrgico, mapeamento testicular e a criopreservação.

Os anabolizantes usados para fins estéticos, ganho de massa muscular e aumento do desempenho esportivo são nocivos não só para a fertilidade, como também comprometem órgãos vitais como coração, rins e fígado. Por isso, a proibição de suas prescrições é uma decisão adequada, evitando maiores prejuízos à saúde. 

Gostou deste post? Então, veja também a relação entre a testosterona e a fertilidade!

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