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Como a motilidade dos espermatozoides afeta a fertilidade?

Sempre ouvimos falar como a baixa contagem de espermatozoides afeta a fertilidade masculina. De fato, 90% dos problemas de infertilidade masculina são causados por isso. Mas a motilidade espermática também é um fator crucial para a fertilidade porque os espermatozoides precisam viajar eficientemente pelo trato reprodutivo da mulher para alcançar e fertilizar o óvulo.

Diagnóstico 

O diagnóstico é realizado através da análise do sêmen que avalia o número, a forma, a concentração e a motilidade dos espermatozoides. 

Existem dois tipos de motilidade:

• Motilidade progressiva – quando os espermatozoides se movem em uma linha predominantemente reta ou em grandes círculos.

• Motilidade não progressiva – quando os espermatozoides não nadam em linha reta, ou nadam em círculos muito pequenos.

A motilidade total registrada nos exames espermáticos computa todos os espermatozoides que estão se movendo, sejam os que se movem com progressão de avanço, os que se movem em círculos ou os que estão apenas agitando suas caudas. De acordo com os critérios da OMS (2010), pelo menos 40% dos espermatozoides devem estar se movendo de alguma forma.

Porém, para a fertilização ocorrer, é preciso que pelo menos 32% dos espermatozoides se movam rapidamente e para frente (motilidade progressiva). Quando uma amostra de sêmen tem menos do que 32% dos espermatozoides com motilidade progressiva o homem é diagnosticado com astenozoospermia, ou seja, baixa motilidade espermática. 

Causas

Existem algumas razões médicas, genéticas e alguns estilos de vida que eventualmente cooperam para diminuir a qualidade geral dos espermatozoides. Algumas causas de baixa motilidade espermática incluem:

  • Produção inadequada de espermatozoides: as causas para a baixa motilidade espermática são quase semelhantes aos fatores que afetam a baixa contagem de espermatozóides porque esses dois fatores geralmente coexistem. O homem cujo sêmen apresenta baixa contagem e motilidade dos espermatozoides é diagnosticado com oligoastenozoospermia. Frequentemente seus espermatozoides também têm morfologia (forma) anormal. Quando os espermatozoides não são formados adequadamente, é possível que eles também não nadarão adequadamente. 
  • Questões de saúde: diabetes, obesidade, varicocele (veias dilatadas no escroto), câncer de testículo, hipogonadismo (níveis reduzidos de testosterona), infecções do trato urogenital masculino tais como prostatite, vesiculite ou epididimite (resultantes da disseminação de microrganismos nocivos através do trato reprodutor masculino) podem afetar a qualidade do esperma e, consequentemente, a motilidade.
  • Medicamentos: antes de tentar engravidar, é aconselhável revelar ao seu médico quais os medicamentos você usa, pois alguns deles podem levar à infertilidade masculina. De fato, cerca de 65 medicamentos de várias classes têm o potencial de afetar a produção e maturação do esperma humano e alguns afetam a motilidade. Alguns fitoterápicos também podem reduzir a qualidade do esperma.
  • Fatores genéticos: Mutações em alguns genes que codificam proteínas da cauda do espermatozoide e são importantes para a motilidade podem produzir espermatozoides com motilidade baixa ou inexistente.
  • Mutações no DNA mitocondrial: Como todas as outras células no organismo, os espermatozoides também contem mitocôndrias, organelas responsáveis pela produção de energia. As mitocôndrias são as únicas organelas nas células com seu próprio material genético (DNA). Vários estudos indicam que a motilidade espermática e a infertilidade masculina estão ligadas à deleções no DNA mitocondrial causando um aumento na formação de espécies reativas de oxigênio que, por sua vez,  danificam as membranas, proteínas e o DNA do espermatozoide.  
  • Produçao excessiva de espécies reativas de oxigênio (EROs): As EROs são subprodutos inevitáveis do metabolismo do oxigênio que acontece em todas as células, inclusive nos espermatozoides. Os espermatozoides são particularmente suscetíveis à EROS porque não possuem sistemas de reparo de danos dessas moléculas robustos, bem como defesas antioxidantes insuficientes devido ao conteúdo citoplasmático muito pequeno. Isso os torna suscetíveis à peroxidação lipídica resultando em ruptura da permeabilidade da membrana e, portanto, prejudicando o movimento da cauda do espermatozoide. 
  • Anticorpos antiespermatozoides: O testículo é um órgão relativamente protegido do sistema imunológico. Quando as barreiras de proteção são rompidas (por ex. devido a alguma doença ou trauma testicular), pode haver formação de anticorpos contra seus próprios espermatozoides que então afetam todos os aspectos relacionados a produção e maturação dessas células, inclusive a motilidade.
  • Uso prolongado de esteróides anabolizantes
  • Estresse excessivo: seja ele físico or psicológico
  • Alimentação não saudável:  além de frequentemente contribuir para a obesidade, uma alimentação pouco saudável pode gerar deficiência ou insuficiência de nutrientes tais como Vitamina C, Vitamina E, Vitamin B12 e Zinco, entre outros, que podem contribuir para uma baixa qualidade dos espermatozoides afetando também a motilidade.
  • Consumo de álcool e tabaco
  • Drogas recreativas como canabis, cocaína e anfetaminas 
  • Traumas e cirurgias envolvendo os testículos

Tratamento

Atualmente não há tratamento para a imotilidade espermática devido a causas genéticas. No entanto, a qualidade do esperma, que inclui a motilidade, pode ser protegida ou melhorada. Como elencado acima, muitas das causas da baixa motilidade espermática incluem hábitos de vida não saudáveis (drogas recreativas, alimentação ruim, estresse, etc) que podem ser melhorados; a exposição a medicamentos específicos que podem ser suspensos ou trocados; e diversas patologias ou infecções que podem ser tratadas ou evitadas. O uso de antioxidantes para melhorar o estresse oxidativo espermático pode também ajudar a melhorar a qualidade do esperma, inclusive a motilidade dos espermatozoides. A varicocele pode ser tratada através de cirurgia específica. 

Por isso é importante que você procure um(a) médico(a) especialista em fertilidade masculina para que ele(a) desenvolva um tratamento adequado para o seu caso. A boa nova é que o testículo está sempre produzindo novos espermatozoides e, portanto, mudanças positivas que possam ser implementadas por você e seu médico podem ser traduzidas em melhorias na qualidade, e claro, na motilidade de seus espermatozoides.

A MF Fertilidade Masculina está sempre atualizada com as mais recentes tecnologias e desenvolvimentos científicos e terá o maior prazer em conhecê-lo para fornecer informações e soluções para sua fertilidade e saúde geral. Entre em contato!

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